Copa do Mundo: 3 aplicações para o uso de dados e inteligência artificial que estão dando certo
Copa do Mundo: 3 aplicações para o uso de dados e inteligência artificial que estão dando certo
Por Ana Carolina Lahr
Considerada a Copa do Mundo de futebol mais tecnológica da história, para quem está acompanhando de perto o Catar vem proporcionando o deslumbre de inovações como o resfriamento automático, os telhados retráteis em estádios, a iluminação de led e até o smart wifi disponível para recarregar o aparelho celular em qualquer lugar das arquibancadas.
Mas, dentre as tecnologias, a Inteligência Artificial tem dado o que falar tanto aos que foram conferir os jogos de perto quanto aos que estão acompanhando pelas telas. Confira 3 situações onde ela já está fazendo a diferença na Copa do Mundo 2022:
- Impedimento semiautomático
O uso da Inteligência Artificial adotado nos campos nesta edição da Copa diminuiu o tempo médio de decisão de um lance de impedimento de 70 segundos para, no máximo, 25 segundos.
O sistema conta com 12 câmeras de rastreamento instaladas ao redor do estádio, em uma altura elevada, próxima ao teto. Elas rastreiam 29 pontos do corpo de cada jogador para acompanhar seus movimentos e posições 50 vezes por segundo. Além disso, a bola detecta com um sensor que envia os dados para a sala da arbitragem de vídeos 500 vezes por segundo, possibilitando a identificação específica do ponto de chute. Por fim, fornece um alerta de impedimento automatizado para a equipe de arbitragem de vídeo e de campo com uma animação 3D, comunicando aos torcedores no estádio e aos telespectadores em casa.
- Teste físico
Não é de hoje que clubes e seleções apostam na Inteligência Artificial para evitar lesões. Além de terem o histórico de lesões do passado, testes físicos e genéticos depositados em um sistema, os atletas usam aparelhinhos para registrar distâncias percorridas e outros detalhes de sua movimentação. Para complementar, sistemas de câmeras nos estádios mapeiam o que eles executam em campo. A partir desses dados, o algoritmo encontra padrões que indicam quando o corpo de um atleta está próximo do limite e o sistema emite um alerta para que o treinador tome a melhor decisão para substituições em campo.
- Segurança
Desde 2012, a INTERPOL se uniu ao Catar para criar o Projeto Stadia, que considerou conflitos, terrorismo, vandalismo e violência para o desenvolvimento de estudos e estratégias de policiamento, segurança e cibersegurança para a Copa da Mundo.
Assim, foi criado um centro de operações e controle chamado Aspire, através do qual as autoridades de segurança têm visibilidade de milhares de pontos das cidades onde acontecem as partidas, incluindo portões de acesso, parte interna dos estádios e sistemas de transporte. As não conformidades detectadas pelas câmeras geram alarmes para a central.
Para tanto, o sistema conta com as imagens captadas pelas câmeras. Somente nos campos e arredores são aproximadamente 15 mil câmeras com reconhecimento facial que estão monitorando problemas técnicos ou de segurança, com a possibilidade de ação imediata.
A vigilância por drones também está entre as tecnologias de segurança eletrônica adotadas e estima o número de pessoas circulando pelas ruas.
Outra inovação na segurança é o aplicativo Hayya, criado pelo governo do Catar para fazer a identificação do público. Nele, os torcedores têm que inserir dados do passaporte, comprovação de compra de ingressos e reservas em hotéis, além de uma foto em alta resolução para poder entrar no país.
Dentre tantas inovações em segurança, para garantir que os dados seriam mantidos em sigilo houve também uma preparação com foco na cibersegurança. Uma conferência com mais de 40 nações parceiras, diferentes órgãos de segurança nacionais e internacionais, além de representantes da Fifa, ONU, Europol e Interpol foi realizada em maio para avaliar os riscos e planejar os procedimentos de segurança eletrônica nos estádios e segurança cibernética.
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