Publicado em:
29/09/2022
O papel da liderança inovadora no pós-pandemia
A previsão é que neste ano 200 milhões de pessoas ainda estejam desempregadas no mundo por causa dessa crise provocada pela Pandemia do Covid-19. Embora 2021 tenha registrado uma forte recuperação econômica, com um crescimento superior a 6%, para a América Latina isso não foi suficiente para recuperar os postos de trabalho perdidos, segundo o Panorama Laboral da América Latina e do Caribe , da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Só para contextualizar, no Brasil, o número de pessoas sem emprego atualmente beira os 15 milhões.
No lado oposto desse cenário, enquanto milhares de desempregados vibram por novas oportunidades, surgiu nos Estados Unidos – e se espalhou mundo afora – o “Great Resignation”, um movimento caracterizado pela demissão voluntária em massa de colaboradores em busca de salários mais altos, mais reconhecimento, satisfação no trabalho, dentre outros desejos que visam uma melhor qualidade de vida.
Os extremos mostram que o mundo que vivemos já não é mais o mesmo. E embora muitos valores organizacionais tenham permanecido por décadas, existe uma necessidade de adaptação e mudança para acompanhar a evolução da sociedade.
Responsáveis por implementar uma cultura de empresa forte, as lideranças se tornam peça chave na promoção dessa adaptação das empresas e dos profissionais. Mais que isso, ganha a cena o profissional capaz de promover uma liderança inovadora.
Afinal, como o próprio relatório da IOT alerta, o cenário exige profissionais aptos a melhorar a relação entre a oferta e a demanda de qualificações, estar mais bem preparado para as competências exigidas no futuro e reduzir os impactos disruptivos da tecnologia. Assim, a inovação entra como o grande diferencial no mundo dinâmico e repleto de incertezas.
Embora o termo não seja novo, ele ganhou seu lugar de destaque no cenário de crise e incertezas do pós pandemia, visto que pesquisas do Great Place to Work® mostram que empresas com maior capacidade de se adaptar e inovar têm maiores receitas que as demais. Além disso, seus colaboradores se mostram 4 vezes mais propensos a estarem orgulhosos no trabalho.
Impacto positivo
A empatia pelo próximo é uma das características humanas que foram potencializadas pela pandemia e por isso, junto à inovação, agregar um propósito de impacto social à empresa através de práticas ligadas ao ESG , ou mesmo instituir o impacto positivo no core business - no caso de novas empresas – é um modo não apenas administrar a crise, mas salvar o maior número de vidas possível.
Isso porque, aos olhos da liderança inovadora, o foco principal das empresas deixa de ser somente o lucro e passa a perceber também o seu impacto na sociedade – e de que forma ela pode colaborar com os mais atingidos pela pandemia.
Não por menos, empresas que experimentam modelos de lideranças inovadoras têm se tornado modelos de administração. Para reconhecer esses cases de sucesso – ou se colocar como um dos – é crucial se engajar em iniciativas que reconheçam ações de impacto socioambiental positivo.
Um exemplo de projeto que traz esse tipo de resultado é o selo iImpact. Criado pela Innovation Latam e Fundação Dom Cabral em 2020, ele permite que startups se qualifiquem e mostrem ao mercado o compromisso em promover soluções que corroborem com os 17 ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). A avaliação é feita a partir de uma metodologia criada pelo Prof. Dr. Fabian Salum e sua equipe, da FDC, que além de estar alinhada com os compromissos definidos pela ONU, busca a comprovação das evidências da contribuição socioambiental gerada pela startup para com a sociedade, que recebe direta ou indiretamente o impacto positivo dessa contribuição.
A iniciativa fomenta um ecossistema que engaja diversos atores, desde startups até grandes empresas, acadêmicos, ONGs e outras iniciativas da sociedade civil, promovendo conexões, negócios e relacionamentos em uma rede comprometida com o futuro sustentável.