Publicado em:
28/10/2022
O número de empresas com e-commerce em operação no Brasil registrou um aumento de 38,89% em dois anos, segundo o Ranking das 300 Maiores Empresas do Varejo Brasileiro 2022, divulgado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em agosto. No pós-pandemia, os pontos de venda físicos já recuperam a tração, mas a tendência é que o consumo online se mantenha estável e até mesmo crescente. “O que ficou de principal legado foram os hábitos de consumo online que, mesmo depois da volta às ruas, não perderam seu volume bastante ampliado em relação aos níveis pré-pandemia”, salienta Fabrizzio Topper, CEO da Driven Cx, empresa que integra a modelagem do negócio à construção da jornada ideal, com análise de dados e automação de esforços de marketing digital de alta performance.
Dentre as curiosidades do Ranking da SBVC está o fato de que a lista é dominada por empresas que não nasceram on-line, além de destacar que a influência do digital sobre os negócios vai muito além da presença ou da ausência de um e-commerce, envolvendo, inclusive modelos híbridos, como a venda on-line para retirada em loja ou em lockers, por exemplo. Nesse caminho de digitalização, a inteligência de dados mostra-se como uma grande aliada, mas ainda existem desafios para que o varejo atinja as expectativas do consumidor moderno.
Topper elenca os três principais desafios nesse sentido: “Primeiro, temos que lidar com a falta de maturidade digital dos profissionais do varejo que ainda não sabem como explorar essas oportunidades nem tecnicamente e nem estrategicamente”, observa. “Segundo, é preciso conseguir estabelecer relevância para os canais e produtos próprios dentro do ambiente digital de forma que os clientes percebam esse real valor”.
Por último, o executivo aponta para a necessidade de se priorizar as principais adequações ao negócio de forma a evitar desperdícios de investimento, tanto em termos de tecnologia como em relação à infraestrutura e recrutamento de profissionais.
Apesar disso, para ele não há dúvidas de que a compra digital tem ainda muito a crescer nos próximos anos. “Inclusive, se igualando aos níveis de venda do varejo físico no decorrer dos próximos 10 anos”, aposta.
Segurança
Além de superar os desafios listados, a questão da segurança pode ser determinante no estabelecimento de um comércio eletrônico estável e crescente no país. Um estudo elaborado pela Consultoria Legislativa do Senado no início de 2021 mostrou que, ao lado do crescimento da modalidade, o aumento das fraudes em operações eletrônicas ocupou o topo das preocupações mundo afora. Os números justificam a preocupação: somente em 2021, mais de 200 milhões de brasileiros tiveram seus dados vazados ilegalmente.
No mercado de transações eletrônicas há décadas, Topper ressalta que as fraudes não são novidade, mas ganharam visibilidade nos dois últimos anos. “Uma vez que aumentou o interesse de consumo e receita no digital – praticamente dobramos todo o potencial de faturamento do mercado em dois anos – tivemos um aumento de interesse sobre o crime cibernético e o destaque para esse tipo de notícia, que foi motivado também pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD)”, observa.
Nesse sentido, ele não interpreta os números como um aumento no risco: “É ao contrário. Quanto mais relevante fica o tema, mais players vão trazer segurança para isso”.
Apostando no amadurecimento de ferramentas para trazer boas expectativas no quesito segurança em um curto período de tempo, o executivo lista três sugestões para mitigar as principais vulnerabilidades do varejo eletrônico. Acompanhe!
Controle antifraude
“No e-commerce é muito importante ter um controle antifraude para criar uma camada adicional de segurança, que garantirá a avaliação da origem das compras, geolocalização dos pedidos, entre outros”.
Plataforma certificada e padronizada
“Trabalhar com uma plataforma de ecommerce madura, certificada em PSI, padrão de conformidade de segurança de dados e transações utilizadas pelos cartões”.
Gestão de dados
“Uma questão importante hoje são os processos de gestão de dados e informações da empresa. Eles precisam estar em conformidade com a LGPD e com a segurança da informação, e isso é necessário tanto para o empresário quanto para seus fornecedores, pois se eles não tiverem esses cuidados, deixam a famosa ‘porta dos fundos’ abertas”.
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